segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Três laranjas no chão





    Num dia de sol lindo, já com a roupa estendida na corda, sentei-me no chão da varanda a olhar para o que estava à minha volta, meio que a descansar e a aproveitar o sol e o dia. O ar puro, que é impagável. À minha frente estavam as laranjeiras do quintal, tão lindas. Pequeninas, ainda, mas cheias de laranjas. Umas verdes, umas meio verdes, umas já laranja. Muitas. Reparei que estavam três no chão. Já laranjinhas, mas no chão. Às vezes, realmente, as laranjas caem...as laranjas ficam pelo caminho, ou simplesmente nós jogamos as laranjas para o chão. Às vezes é sem querer, outras é porque é preciso. E não tem mal...não tem mesmo. Às vezes temos mesmo que deitar as laranjas para o chão, deitar as laranjas fora...deixá-las no caminho...mesmo que estejam maduras. 

"Há um tempo em que é preciso abandonar as laranjas usadas, que já têm a forma do nosso corpo e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre às mesmas laranjas. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem da nossa própria laranja."(adaptado)

Ana Marisa 

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