Escrever é como tirar caroços das laranjas. Eles estão sempre lá no meio. É como se tu fosses a laranja e tivesses que a comer toda até chegar aos caroços. Quando escreves também é assim, também vais ao fundo da alma. Vais sempre parar às coisas que não queres, como os caroços. Pode ser uma comparação estranha mas escrever também o é e deitar os caroços fora também. Não os queres e sabes porquê? Porque são como as coisas más que atormentam os pensamentos enquanto escreves, por isso, queres ver-te livre deles. Às tantas estás no meio da confusão e nem te lembras dos caroços. Deita-os fora, não te fazem falta. Já não sei quais caroços quero deitar fora. Às vezes sinto que eles me fazem falta mas o doce da laranja é sempre melhor, não é? Deixo-me levar na confusão da laranja e recomeço do zero, sem caroços.
Um dia hei-de perceber se quero ou não os caroços ou se me deixo na mesma nesta confusão.
Ana Marisa
Um comentário:
Por vezes os caroços também fazem parte, temos de aprender a viver com eles (ou a viver apesar deles)
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